
A prefeitura de São Domingos do Maranhão se prepara para um gasto de quase 4 milhões de reais na aquisição de livros escolares, uma medida que, à primeira vista, poderia ser vista como um investimento na educação. No entanto, uma análise mais aprofundada da situação revela um contraste gritante: enquanto os cofres públicos se esvaziam para encher as prateleiras das escolas, a realidade da educação no município parece estar abandonada.

Relatos de professores, pais e alunos pintam um quadro desolador. As escolas, muitas delas em condições precárias, sofrem com a falta de infraestrutura básica. Salas de aula com telhados danificados, banheiros em péssimo estado de conservação, e a ausência de equipamentos essenciais como computadores e laboratórios são problemas recorrentes.
A falta de materiais pedagógicos adequados e de um quadro de funcionários completo, incluindo auxiliares e psicopedagogos, agrava ainda mais a situação.
Diante desse cenário, a decisão de destinar uma quantia tão expressiva para a compra de livros, sem que as necessidades estruturais e de pessoal sejam atendidas, levanta sérias dúvidas sobre as prioridades da gestão municipal.
O investimento em material didático é, sem dúvida, importante. Contudo, de que adianta ter livros novos se os alunos não têm um ambiente seguro e adequado para aprender? De que servem as páginas ilustradas se os professores não têm as ferramentas e o apoio necessários para guiar o aprendizado?
A prefeitura de São Domingos do Maranhão precisa prestar contas à sua população. É fundamental que a gestão municipal explique como essa compra de livros se alinha com um plano estratégico para a educação, e por que essa despesa foi priorizada em detrimento das reformas estruturais e da contratação de pessoal.
A comunidade de São Domingos do Maranhão, que sonha com um futuro melhor para suas crianças e jovens, merece respostas claras e ações concretas. A educação não se constrói apenas com livros, mas com um conjunto de fatores que garantem a dignidade e a qualidade do ensino.
O milagre da transformação da educação não virá de pilhas de papel, mas de um compromisso real e transparente com o futuro do município.