O CLIMA É DE TENSÃO NA ALIANÇA GOVERNISTA; SOBRINHO DE BRANDÃO É O POMO DA DISCÓRDIA 

Compartilhe nas redes sociais

Deputados governistas mostram que estão dispostos irem para o enfrentamento ao defenderem o direito do governador Carlos Brandão (PSB) indicar o sobrinho secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB) candidato à sua sucessão em 2026. No final de semana, um parlamentar ligado do ao Palácio dos Leões, sob a condição de anonimato,  disse ao titular do Blog Jorge Vieira que a opção por Orleans é uma realidade e que o apoio do Palácio dos Leões ao vice-governador Felipe Camarão (PT) subiu no telhado.

A semana começa com as atenções voltadas para o plenário da Assembleia Legislativa onde deve ocorrer novos confrontos entre o que se convencionou chamar de brandonistas e dinistas e os desdobramentos destes possíveis embates. As sessões plenárias, geralmente mornas, deram lugar semana passada a discursos inflamados, principalmente de parlamentares ligados mais diretamente ao governo, que não deixaram dúvidas quanto ao apoio à decisão do governador, seja ela qual for, inclusive de permanecer no mandato até o último dia para tentar eleger o parente sucessor.

Os ânimos, que já era de tensão nos bastidores, se acirraram após o discurso de Brandão em Bacabal, quando  o chefe do Executivo reforçou a unidade de seu grupo e afirmou que não entregará o governo a quem vai perseguir seus aliados. Felipe Camarão disse logo após a fala do governador que será candidato com Brandão candidato ao Senado e que não pretende perseguir ninguém, mas acabou sendo surpreendido por um discurso virulento da deputada ultradireitista Mical Damasceno, que apelou para o governador não lhe passar o comando do estado.

Marcaram posição em defesa da decisão de Brandão em empurrar para 2026 as discussões sobre sucessão e até de indicar o sobrinho Orleans candidato a governador os deputados Osmar Filho (PDT), Guilherme Paz (PRD), Ricardo Arruda (MDB), Adelmo Soares (PSB), Dra. Vivianne (PDT), Mical Damasceno (PSD), Florêncio Neto (PSB), Yglésio Moysés (PRTB) e Neto Evangelista (União Brasil), que é líder do governo no Parlamento Estadual.

O clima é de tensão. Fontes ligadas ao governo acreditam que não existe mais ambiente para o diálogo. E Isso pode ser visto em cada manifestação de deputado no plenário da Assembleia Legislativa afirmando que apoiarão qualquer nome indicado pelo governador. Não fazem sequer menção ao vice-governador. “Pode contar com nosso apoio aqui na Assembleia”, tem sido a tônicas dos discursos dos governistas, após Brandão acenar que pode indicar um parente para sucede-lo.

O deputado Osmar Filho, por exemplo, fez questão de deixar claro de que lado está. “Governador, conte com o deputado Osmar Filho. Sou aliado do governador Carlos Brandão aqui na Assembleia Legislativa, e aliado político também”. E completou : “Eu tenho certeza de que, com sabedoria, com responsabilidade, o senhor, como líder do grupo político, tomará a decisão mais correta, e conte comigo na decisão que V. Exa. tomar”, disse.

O líder do governo foi mais explicito ao defender o direito do governador indicar um secretário Orleans Brandão como candidato a governador. “Quando se tem alguém competente ao nosso lado que possa ser indicado para exercer aquele cargo público, ele vai ser indicado. Assim aconteceu com vários colegas. Se um deputado pode indicar um familiar, por que o governador não pode? Quando é na sua vez tudo bem, mas quando é a vez do governador não pode?”, questiona.

É neste clima de tensão e muita incerteza que o Poder Legislativo começa semana com as atenções voltadas para a sessão desta terça-feira, quando novos embate são esperados.